Nessa vida nada é para sempre, porém, mesmo assim, podemos ter muitos infinitos se soubermos viver e aproveitar cada momento e cada pessoa que nos amam.
Viva o hoje; viva cada momento como se fosse o último e que, com isso, os momentos que nos deixam mais felizes, mais amados, mais humanos, que nos ensinam a ser melhores, sejam eternos enquanto durem!
xoxox
Moara F. Lacerda
Confiram o Soneto de Vinicius de Moraes para completar o pensamento de hoje =]
Soneto de Fidelidade
De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
Há tantas coisas que não entendemos nessa vida, não é mesmo? Mas, talvez, há uma certa beleza no não entender e no percurso que percorremos pela compreensão.
Veja o texto de Clarice Lispector, “Não entender” – eu gostei muito =]
“Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completa quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples de espírito. O bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que não entendo”.
(Clarice Lispector em “A descoberta do mundo: crônicas” p.178).
Would you know my name if I asked you?
Could you tell me what it means?
Would you like the letters that ground it?
And the essence of it’s frame?
Would you laugh and say I’ve never been seen?
Would you leave and think I’m vain?
All with a simple question
Can you tell me my name?
See
I don’t need a famous name
It’s not even what I want
The question I set in front of you goes beyond this simple point.
Tell me the feelings I leave
While out a single room
The colors of my heart
The heat my hand is held to
Tell me the logic of a curious mind
In search for all that has or not a start.
Tell me what is seen through these tired eyes
And what fills these searching arms.
See
I don’t need a famous name.
I don’t need to be known.
But I do wish that you could answer
What name comes through my soul.
Hoje eu lembrei de um texto que simplesmente adoro desde a primeira vez que li, anos atrás. Inclusive, é um dos textos que apresentei no meu sarau da 8 séria (atual 9° ano) do ensino médio, se não me engano, em 2005. Então sei que ele sempre terá um lugar especial reservado no meu coração hehe.
O texto, “Um dia a gente aprende” de William Shakespeare é simplesmente lindo. Vale a pena conferir:
Um dia a gente aprende
Depois de algum tempo você aprende a diferença, a sutil diferença, entre dar a mão e acorrentar uma alma.
E você aprende que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança. E começa a aprender que beijos não são contratos e presentes, não são promessas.
Título: Para onde ela foi Autor(a): Gayle Forman Editora: Novo Conceito Ano: 2014 (3ª reimpressão) Título original: Where she went Páginas: 239 (sendo que a partir da página 221 temos o primeiro capítulo de outro livro da autora, “Apenas um dia”) ISBN: 978-85-8163-567-5
Ei gente! Hoje vou compartilhar com vocês a impressão do livro que terminei de ler na semana passada: “Para onde ela foi” de Gayle Forman. Para quem já leu, depois me diga também o que achou. =]
O livro “Para onde ela foi” conta a história continuada do livro “Se eu ficar” da autora Gayle Forman. Até então, não tinha lido nenhuma obra de Forman, mas devido a toda repercussão do best-seller “Se eu ficar” e após ter assistido ao filme desse primeiro livro, fiquei interessada na sequência da história.
(Por ser sobre uma obra que é sequência do livro “Se eu ficar” essa resenha conterá alguns spoilers desse primeiro livro).
“Para onde ela foi” continua a história de Mia e Adam do primeiro livro, porém, dessa vez, contada por meio da voz de Adam. Em “Se eu ficar” Mia se depara com a decisão mais difícil de sua vida. Ela sofrera um acidente de carro com seus pais e seu irmão mais novo no qual apenas ela sobreviveu. Agora em coma, Mia precisa decidir se continua vivendo ou não. Prestes a decidir o caminho dos pais e do irmão, Mia escuta o pedido de Adam, seu namorado, para que ela fique, e será com base nesse pedido e no amor dos dois que ela decide ficar.
“Para onde ela foi” continua a história de Mia e Adam 3 anos após Mia acordar do coma, porém, ao contrário do esperado, Mia e Adam não estão mais juntos. O livro, portanto, se desenrola a partir desse ponto de apoio, por meio da narração de Adam. Sabemos que foi Mia quem terminou o namoro e de uma forma muito cruel, mas não sabemos o porquê. Também sabemos que Adam nunca foi atrás da Mia para ter uma explicação. Ao contrário, ele vive remoendo a dor, a saudade, a revolta e a raiva por Mia ter ido embora e nós acompanhamos essa jornada por meio de uma narrativa que intercala momentos da vida presente de Adam e dos 3 anos que antecederam o momento atual, por meio de capítulos destinados a flashbacks desse personagem (seja relatando os dias juntos com Mia e sua família, seja logo após o término do namoro, etc.).
Uma assombração dorme ao meu lado na cama Cochicha no meu ouvido: A morte te ama Toma meus sonhos com ódio e sirenes passando Me beija com ternura quando acordo gritando “Boo”! Collateral damage, faixa 3
(p.133)
Nos dias atuais, Adam agora é um famoso astro do Rock e Mia um prodígio mundialmente conhecida na comunidade da música clássica. Vivendo vidas separadas, um belo dia em Nova Iorque, Adam decide assistir a uma apresentação da Mia e ambos se veem deparados com a oportunidade para buscar explicações, perdão e um reencontro.
Mia me vê soltar toda essa angústia no Promenade. Ela é testemunha de todas essas feridas que se abrem, dessa grande explosão do que, para ela, pode parecer dor. Mas não estou chorando de dor; estou chorando de gratidão (p.183).
Eu terminei de ler esse livro semana passada, porém demorei um pouco para escrever a resenha porque fiquei alguns dias pensando exatamente como sentia em relação à obra. Creio que fiquei decepcionada, mas é um pouco mais complexo que isso, já que tenho impressões contraditórias com relação ao livro como um todo. Tentarei explicar. Enquanto texto literário, achei a narrativa e as técnicas narrativas fracas e confusas (especialmente para uma autora que é também jornalista). Pode ser que outras pessoas não tenham tido problema com relação às técnicas de emprego de diálogo da autora, porém muitas vezes me vi tendo que reler alguns parágrafos para compreender quando o personagem principal estava apenas pensando e refletindo na própria mente e quando a fala era realmente parte de um diálogo com outro personagem. Acaba que isso provoca interrupções constantes no processo de inserção do leitor no desenvolvimento emocional do personagem.
Falando em interrupções, outra coisa que me incomodou foi a constante quebra na ascensão do clímax na trama por trás da história de Adam e Mia. As melhores partes da história, onde se via interatividade entre personagens e se escapava um pouco da unidimensionalidade da narração do Adam eram as que se referiam aos diálogos de Mia e Adam. Contudo, até pouco mais da metade da obra, esses encontros eram interrompidos pelos flashbacks do Adam para momentos anteriores ao reencontro. Compreendo que isso era necessário para absorver todo o sentimento reprimido no coração do Adam e toda a contextualização que levou ao termino do namoro de Adam e Mia, mas, talvez, se isso ocorresse com menos frequência, ou entre intervalos maiores (com capítulos maiores), poderia se atingir um nível superior de profundidade no encontro entre os dois.
Apesar disso tudo, sempre me via querendo saber o que iria acontecer depois e por isso continuava lendo. Fico feliz que tenha insistido, pois é a partir da segunda metade do livro (quase entrando para ¾ da história) que consegui me apaixonar novamente pelo casal e torcer para que eles conseguissem superar tudo que passaram e voltar a ficar junto. Há realmente um turbilhão de sentimentos diversos que compõem a história dos dois, por vezes contraditórios, mas justamente por isso realísticos e cativantes. No final da obra, que não é por completo previsível, terminei desejando que a autora tivesse dado continuidade – não estava preparada para deixar apenas minha imaginação construir o restante da história dos dois.
Enfim, sentimentos diversos, mas que ao final da leitura terminou bem. Não sei se leria outro livro, sobre outros personagens da Forman, mas fico feliz por ter conhecido a história de Mia e Adam. Pelo que li sobre a autora, não há planos de escrever um terceiro livro sobre esse casal. Se tivesse, não obstante, me arriscaria a me deparar com esses sentimentos diversos novamente, apenas para rever o casal.